A prefeita Suéllen Rosim (PSD) anunciou a proposta de uma Parceria Público-Privada (PPP), estimada em R$ 1 bilhão, para viabilizar a captação de água do Rio Tietê e reforçar o abastecimento de Bauru. A iniciativa também prevê medidas para enfrentar a crise hídrica recorrente que afeta o município há pelo menos 15 anos. O tema foi tratado nesta quinta-feira (4) em reunião com a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, no Palácio das Cerejeiras.
O projeto prevê a construção de uma adutora de 48 quilômetros partindo do Tietê e melhorias no sistema de poços da cidade, que deve passar de 44 para 48 unidades com novas perfurações no Complexo Val de Palmas. A parceria não substituirá o Departamento de Água e Esgoto (DAE), que continuará responsável pela operação e gestão contratual.
Além da nova captação, o modelo inclui a modernização de poços, a troca de redes antigas — inclusive tubulações de amianto — e ações para reduzir perdas. De acordo com Natália Resende, a proposta integra o Programa Universaliza, que cria soluções regionais de saneamento com suporte técnico do Banco Mundial. O objetivo é ampliar a segurança hídrica de Bauru, diminuir perdas e diversificar as fontes de abastecimento diante de cenários de estiagem e mudanças climáticas.
A prefeita também esclareceu que o processo de concessão do esgoto seguirá em paralelo. “Estamos tratando problemas diferentes. A concessão da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto Vargem Limpa) precisa ser retomada para destravar obras paradas e evitar a devolução de recursos federais, enquanto a segurança hídrica é um projeto muito maior e de longo prazo”, explicou.
Segundo o governo estadual, a detalhamento da captação no Tietê avançará nos próximos meses, com previsão de consulta pública no primeiro semestre de 2026. O secretário de Governo, Renato Purini, destacou que o Legislativo também será envolvido nas discussões. A modelagem final da PPP deve ser concluída até o primeiro trimestre do próximo ano.
A previsão é que a substituição de redes antigas tenha potencial para cortar pela metade as perdas de água, garantindo volume equivalente ao abastecimento de 100 mil pessoas — número semelhante ao de moradores hoje dependentes exclusivamente do Rio Batalha.
Com apoio estadual, será possível manter tarifas acessíveis, mesmo diante dos investimentos necessários. “Na verdade, as pessoas já tão pagando, mas elas nem sempre tão recebendo aquilo que elas esperam e precisam”, afirmou Suéllen.