O Instituto Cultural Aruanda, que reúne um terreiro de Umbanda e a sede da plataforma Umbanda EAD, em Bauru, foi alvo de um ataque com explosivo por volta do meio-dia desta quarta-feira (3). Um homem estacionou uma motocicleta em frente ao prédio, acendeu um artefato e o lançou contra a porta de vidro do local.
Câmeras de segurança registraram toda a ação. No momento da explosão, duas funcionárias estavam na sala administrativa, logo atrás da entrada atingida. O barulho assustou quem estava no imóvel e também os animais que vivem no espaço, segundo informou a instituição.
A equipe relatou temor em retornar às atividades e apontou que o ataque possui claros indícios de motivação religiosa.
A fachada exibe o nome “Umbanda EAD”, o que faz com que o imóvel receba constantemente oferendas, fotos, vídeos e até agressões verbais. Para a direção, foi justamente essa identificação religiosa que motivou o ato. O prédio abriga tanto o terreiro quanto a parte administrativa, em uma área dedicada à preservação cultural e espiritual.
A instituição reforçou: “Foi um ataque contra uma instituição de Umbanda e contra o terreiro”.
Segundo o instituto, o caso precisa ser tratado como racismo religioso, não apenas como intolerância. Isso porque o conceito se refere a violência e discriminação contra religiões de matriz africana, como Umbanda e Candomblé. Como destaca a entidade, “Racismo religioso descreve exatamente o que aconteceu. É crime inafiançável e imprescritível”.