O ex-prefeito de Iacanga, Ismael Edson Boiani, outras três pessoas e uma empresa tiveram bens bloqueados liminarmente em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público. A medida foi concedida pela Justiça por suspeita de irregularidades em um processo licitatório de 2020, realizado durante a pandemia, para compra de máscaras e luvas descartáveis. O bloqueio total alcança R$ 403,6 mil, valor destinado a garantir eventual ressarcimento aos cofres públicos.

De acordo com a Promotoria de Justiça de Iacanga, o inquérito que originou a ação por improbidade aponta que o então prefeito teria se valido de uma legislação que flexibilizava licitações emergenciais para adquirir máscaras e luvas de uma empresa de São José dos Campos "sem qualquer consulta prévia idônea de preços, por valores superfaturados e em quantidades incompatíveis com a diminuta cidade de Iacanga".

As apurações indicam ainda que a empresa contratada alterou seu quadro societário e ampliou o capital social — de R$ 10 mil para R$ 1,1 milhão — pouco antes do contrato. Uma fiscalização nas unidades de saúde do município constatou a falta de 41.700 máscaras e 95.200 luvas sem talco, de um total de 270 mil itens que deveriam ter sido entregues de uma só vez.

O advogado de Ismael Edson Boiani informou, em nota, que ele não teve, ainda, qualquer oportunidade de defesa.